Uma
das principais e mais comuns fontes geradoras de risco relacionada a
exposição ocupacional a fumos metálicos é o processo de soldagem elétrica. Ocorre
um processo de fusão de materiais por calor gerado através de um arco elétrico
entre o material a ser soldado com o material fundente do eletrodo.
No processo, desprende-se todo material que compõe o eletrodo e o material fundente que se liquefaz pela
fusão que instantaneamente se solidifica gerando partículas minúsculas que ficam
em suspensão no ar. Outra questão que envolve este processo são os gases de
proteção gerados para evitar a entrada de oxigênio na solda para evitar bolhas
e fissuras.
Fonte: http://www.esab.com.br/br/pt/education/blog/processo_soldagem_eletrodo_revestido_mma_smaw.cfm
A questão, do
ponto de vista ocupacional, é que todos estes componentes oferecem em certas concentrações
riscos à saúde dos trabalhadores. Serralherias são tão comuns como marcenarias
nos bairros da cidade de São Paulo e o que percebemos são espaços pequenos sem exaustão
e com baixo pé direito. Sendo assim, existe uma concentração de fumos metálicos
que requer atenção dentro da rotina diária. A maioria destes profissionais são autônomos
e, às vezes, não tem o mínimo de instrução e orientação sobre os riscos de seu
ofício. Porém, este risco não se resume
apenas a soldagem elétricas, mas aplica-se também a fundições, processo de
extrusão metálica, etc.
Para uma correta
ação de controle deve-se quantificar as partículas em suspensão para um dimensionamento
adequado de sistemas exaustores localizados com real capacidade de exaurir de
maneira eficaz os contaminantes existentes o ar.
O que avaliar?
Depende dos materiais e características dos metais envolvidos com o processo
fundente e demais substancias que componham o processo como, por exemplo, pastas
de solda em processo de solda a estanho. Veja um ótimo material da Elbras que
pode dar dimensão as orientações sobre a necessidade de se estudar os processos
fundentes e o que devemos saber quando praticamos a ARAC em: http://www.elbras.com.br/downloads/apresentacaoii.pdf .
Qualificar os
riscos é tão importante quanto quantifica-los, não basta apenas realizar
medições se não sabemos o que deve ser medido. No Brasil, ainda não existe uma
cultura de implementação do PPR – Programa de Proteção Respiratória e nem uma correta
abordagem das exposições e medidas de controle propostas em PPRAs – Programas
de Proteção de Riscos Ambientais.
Um respirador
purificador de ar, descartável, tipo peça semi-facial, classe PFF2 seria
recomendado para uma proteção inicial até que as avaliações ambientais sejam
realizadas, porém, cada caso é um caso, e um profissional especializado deve
ser consultado para tal especificação.
Fabio Alexandre Dias 15/12/2016