Prevenção e Comunicação de Risco

Sem dúvida o locus da ação dos profissionais de saúde e segurança no trabalho.

Gerenciamento de Riscos

Fundamental para a redução de perdas.

Saúde e Segurança

Conectadas em prol de nossos trabalhadores.

Higiene Ocupacional e Toxicologia

Ciências unidas na qualificação e quantificação de agentes ambientais.

Parâmetros Regulatórios e de Controle

A dinâmica do trabalho exige uma constante validação dos processos e análise das tarefas.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Ruído – Dose Projetada e Nível de Exposição Normalizado

Atualmente a maioria dos equipamentos que realizam a análise dos níveis de pressão sonora ao qual um trabalhador fica exposto possui integração de dados para fornecimento de informações como, por exemplo, a dose projetada para uma jornada de trabalho de 8 horas. Quando se monitora 70% ou menos desta jornada a mesma, na maioria dos casos, é projetada para oito horas. Quais os cuidados que devemos ter e como isso acontece?
Primeiramente uma investigação e análise detalhada da rotina devem acontecer, pois do contrário pode ser “mascarado” um cenário de exposição, pensando simploriamente em um caso o qual as horas projetadas fossem as mais intensas de certa rotina de trabalho, ou seja, variações consideráveis poderiam influenciar no resultado final do nível de pressão sonora ponderado.
Existem algumas maneiras de se projetar a dose encontrada em um determinado espaço de tempo inferior a jornada completa de trabalho, visando encontrarmos os valores correspondentes de uma jornada integral. Vejamos os exemplos abaixo:
1.    Dose Projetada:

Um avaliador realizou uma dosimetria de 2h, encontrando uma dose de 40%, sendo que a jornada de trabalho é de 8 horas. Projetando então às horas restantes teremos:
Dados:
LAVG = ruído médio ponderado no tempo
D (%) = dose em percentual
T (min) = tempo da medição em minutos

2h à 40%
8h à x
X = (8 . 40) /2 => 160 %
Portanto, D = 160 %
LAVG = 80 + 16,61 x log [(9,6 x D)/T]
LAVG = 80 + 16,61 x log [(9,6 x 160)/480]
LAVG = 88,39 dB (A)

2.    NEN – Nível de Exposição Normalizado – NHO 01

      Constatou-se que um trabalhador está exposto a um NPS – nível de pressão sonora de 87 dB (A) (LEQ) após uma dosimetria de 4 horas, sendo que sua jornada de trabalho é de 8 horas por dia. Qual seria o nível de exposição normalizado ao qual este trabalhador estaria exposto em uma jornada de 8 horas?
Dados:
NEN = dB (A)
NE = nível médio de exposição ocupacional diária
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.

Utilizando o NEN – Nível de Exposição Normalizado para q=5 (fator de duplicação de              dose conforme NR 15):


NEN = NE +16,61 log (TE/480)
NEN = 87 + 16,61 log (240/480)
NEN = 81,99 dB (A)

Utilizando o NEN – Nível de Exposição Normalizada para q=3 (fator de duplicação de               dose conforme NHO 01):

NEN = NE +10 log (TE/480)
NEN = 87 + 10 log (240/480)
NEN = 83,98 dB (A)

3.    NEN – Nível de Exposição Normalizado – Com excedente de jornada.

            Constatou-se que um trabalhador está exposto a um NPS – nível de pressão sonora de 81 dB (A) (LEQ) após uma jornada total de trabalho de 10 horas, sendo que sua jornada contratual é composta por 8 horas de trabalho e mais 2 horas extras diárias. Qual seria o NEN – Nível de Exposição Normalizado para análise e tomada de decisão com base nos critérios previdenciários vigentes?

Utilizando o NEN – Nível de Exposição Normalizado para q=5 (fator de duplicação de dose conforme NR 15):

NEN = NE +16,61 log (TE/480)
NEN = 81 + 16,61 log (600/480)
NEN = 82,61 dB (A) para uma jornada de 8 horas.

Vejamos outro exemplo:

Constatou-se que um trabalhador está exposto a um NPS – nível de pressão sonora de 84 dB (A) (LEQ) após uma jornada total de trabalho de 10 horas, sendo que sua jornada contratual é composta por 8 horas de trabalho e mais 2 horas extras diárias. Qual seria o NEN – Nível de Exposição Normalizado para análise e tomada de decisão com base nos critérios previdenciários vigentes?

Utilizando o NEN – Nível de Exposição Normalizado para q=5 (fator de duplicação de dose conforme NR 15):

NEN = NE +16,61 log (TE/480)
NEN = 84 + 16,61 log (600/480)
NEN = 85,61 dB (A) para uma jornada de 8 horas.

Os cálculos são importantes para estimativas, ampliando os recursos técnicos dos profissionais no variados cenários que podem apresentar-se durante sua atuação profissional.

É interessante esclarecer que:  

Art. 239. A exposição ocupacional a ruído dará ensejo à aposentadoria especial quando os níveis de pressão sonora estiverem acima de oitenta dB(A), noventa dB(A) ou oitenta e cinco dB(A), conforme o caso, observado o seguinte:
IV - a partir de 19 de novembro de 2003, data da publicação do Decreto nº 4.882, de 18 de novembro de 2003, será efetuado o enquadramento quando o Nível de Exposição Normalizado - NEN se situar acima de oitenta e cinco dB (A) ou for ultrapassada a dose unitária, aplicando:

a) “os limites de tolerância definidos no Quadro Anexo I da NR-15 do MTE; e
b) as metodologias e os procedimentos definidos nas NHO-01 da FUNDACENTRO.”

Por tal circunstância é que se adaptou o cálculo do NEN para o atendimento da legislação supra referida, sendo aplicável quando os valores forem acima de 85 dB (A). 


Fabio Alexandre 14/04/2017

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A Importância da Ética Relacional e “Introspecção Funcional”nas Relações de Trabalho




Nós apenas existimos por causa do outro que nos identifica! Mas como o outro nos identifica? Um colega de trabalho, um amigo, um ex-amigo, um conhecido.... Um superior justo, injusto, um líder agregador, um gestor desinteressado.  

Organizações que valorizam o comportamento ético nas relações de trabalho sempre se destacam por possuírem valores bem definidos que auxiliam na sustentabilidade relacional entre as equipes, suas lideranças e gerências refletindo diretamente no desenvolvimento do trabalho.


As pessoas podem parecer éticas, assim como parecer ter valores, porém parecer não é ser ou ter! Uma hora a sujeira vai sair de debaixo do tapete! O interesse pode suprimir o ético e o aspecto relacional ser afetado ou ser utilizado como uma defesa, uma estratégia que extrapola a administração da inteligência relacional para assumir um patamar de manipulação do outro como objeto. As pessoas nas relações de trabalho se tornam coisas, ou poderíamos dizer: são “coisificadas”.

As teorias das relações humanas no trabalho foram sucumbidas pela forte mão invisível do Mercado, porém, até hoje, mesmo em meio a posições contrárias, têm se apresentado como uma das saídas que integram as listas dos planos de ações de organizações em crise. Um grande quebra-cabeça se apresenta quando analisamos e confrontamos o ser social e o funcional e reconhecemos que ele é um só!


É neste momento que somos chamados a uma “introspecção funcional” em relação a nossa conduta e posições que assumimos nos ambientes de trabalho. A maneira como nos relacionamos e nos posicionamos com o outro implicada em responsabilidades, as quais  geram influencia positiva ou negativa no ambiente de trabalho e respectivamente no clima organizacional. Einstein disse uma vez que: A preocupação pelo homem e seu destino sempre deve ser o interesse primordial de todo esforço técnico. Nunca esqueça isso entre seus diagramas e equações. A princípio, o texto, pode parecer contraditório, tecnicista, mas me arrisco em dizer que Einstein coloca claramente o homem acima das coisas que ele mesmo pode criar dando sentido a elas e situando o homem em um status único!

Por Fabio Alexandre Dias