Mas
o que seria um efeito adverso? De maneira simples, uma oxidação celular gerada
pela ação de um dado solvente que por via respiratória ou contato acessou o
compartimento central (sangue) do individuo exposto. Efeitos narcóticos
relacionados à supressão do SNC – Sistema Nervoso Central, etc.
As
principais vias de ação dos COVs são a dérmica e a respiratória que
potencializam os riscos e perigos em plantas industriais dos mais variados
seguimentos. O potencial de dano destas
substancias estarão relacionados a diversos fatores, dentre eles:
susceptibilidade individual, tipo de exposição, aguda ou crônica, fatores sinérgicos,
etc.
Tomando
como base o formaldeído teríamos um limite de exposição de curta duração (STEL),
de 0,3 ppm ( partes de vapor ou gás por milhões de partes do ar contaminado por
volume, nas CNTP – Condições Normais de Temperatura e Pressão) , segundo a ACHIG – American Conference of
Governamental Industrial Hygienistis. Que representa um valor médio que não
pode ser ultrapassado em ciclos de 15 minutos durante toda a jornada de
trabalho. Também classificado como sensibilizante dérmico e respiratório, além
de ser um suspeito carcinogênico humano.
Os
COVs não estão distantes de nós em nossa vida cotidiana, sendo mais presentes
do que imaginamos. Acetona, Álcool Isopropílico, Solventes e Vernizes,
Combustíveis Fósseis, etc. são apenas algumas substâncias que serão mais ou
menos percebidas por uma pessoa leiga em ambientes semiconfinados e com pouca
ventilação. Devemos ter atenção no uso e
seguirmos as recomendações dos fabricantes de modo integral.
No
caso do formaldeído, segundo a FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos
Químicos de um grande fabricante, percebemos que estudos em animais trazem
classificações de letalidade a partir de determinadas condições caso a
exposição ocorra por via oral, cutânea ou respiratória. Voltando ao exemplo da
escova progressiva praticada com formaldeído, teríamos a exposição cutânea e
respiratória, potencializada pelo aquecimento com a famosa “chapinha” e de modo
cutâneo pela capilaridade e adsorção do contaminante pelos fios de cabelo
chegando à epiderme, folículos, etc.
Atualmente a indústria cosmética substitui o
formaldeído por um ácido chamado glioxílico que teoricamente só desprenderia
formaldeído a temperaturas acima de 500ºC, porém muito se discuti sobre está
questão.
Em
oficinas mecânicas e funilarias de bairro percebemos uma intensa exposição aos
COVs , devido a prática de trabalho sem nenhum critério ou proteção individual.
Na maioria dos casos os trabalhadores desconhecem os efeitos adversos das
substâncias e se “resguardam” no mito do copo com leite, supondo erroneamente
que o mesmo inibe algum efeito adverso.
A
falta de informação e educação sobre o convívio seguro com substâncias químicas
tem impactado os indicadores de saúde pública, onde nem sempre o nexo causal
foi corretamente determinado pela CID – Classificação Internacional de Doenças,
pela omissão de informações por parte dos pacientes e despreparo de muitos
profissionais no momento de uma anamnese (entrevista realizada pelo
profissional de saúde ao seu paciente).
Nas
indústrias o SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho é responsável pela gestão do risco e da saúde dos
trabalhadores. Devendo chamar para si está responsabilidade e não apenas
terceirizá-la a falta de dinâmica de muitos empregadores. Ações simples fazem
toda a diferença e nem sempre existe a necessidade de grandes orçamentos para
uma mudança de cultura corporativa.
Por Fabio Alexandre Dias 11/02/2016
0 comentários:
Postar um comentário