Prevenção e Comunicação de Risco

Sem dúvida o locus da ação dos profissionais de saúde e segurança no trabalho.

Gerenciamento de Riscos

Fundamental para a redução de perdas.

Saúde e Segurança

Conectadas em prol de nossos trabalhadores.

Higiene Ocupacional e Toxicologia

Ciências unidas na qualificação e quantificação de agentes ambientais.

Parâmetros Regulatórios e de Controle

A dinâmica do trabalho exige uma constante validação dos processos e análise das tarefas.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Higienização de Uniformes


Gostaríamos de compartilhar com nossos leitores a atualização da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas sobre o Artigo 456-A da Lei nº 13.467, de 2017, referente a higienização de uniformes, conforme abaixo:  
Art. 456-A.  (...)
Parágrafo único.  A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.
Com base no texto destacamos o seguinte um trecho para análise e possível estabelecimento de um critério:
... em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.
Outro “norte” para o posicionamento da empresa em relação a higienização ou não de uniformes de seus funcionários consta na SÙMULA Nº 98 do TRT 4. Lavagem do Uniforme. Indenização.
“O empregado faz jus à indenização correspondente aos gastos realizados com a lavagem do uniforme quando esta necessitar de produtos ou procedimentos diferenciados em relação às roupas de uso comum.” (grifamos).

Podemos seguir a seguinte linha de raciocínio: produtos classificados como nocivos ao meio ambiente e a saúde dos trabalhadores que possam impregnar o uniforme e demais produtos que podem aderir ao uniforme, mesmo quando não classificados, mas que exija produtos e procedimentos diferenciados em relação a roupas de uso comum.
Sinônimos da palavra impregnar, como molhar, encharcar, ensopar, banhar, empapar, embeber, absorver, infiltrar, penetrar, saturar podem auxiliar, no aspecto prático, a tomada de decisão em relação as demandas de higienização de uniformes.
Por: Fabio Dias
Fontes:





sábado, 8 de setembro de 2018

Polímeros e os Riscos de Sua Termodegradação


Um aspecto importante quando falamos sobre polímeros na área de Higiene, Segurança e Saúde Ocupacional é a sua termodegradação, gerando subprodutos desta transformação que, quando não percebidos expões os trabalhadores a riscos que podem impactar consideravelmente a salubridade dos ambientes e consequentemente a saúde dos trabalhadores.
Quando, por exemplo, observações processos como extrusão de plásticos, conformação de silicones por processos de aquecimento, fusão de borrachas por processos térmicos, enfim uma diversidade de processos temos a liberação de subprodutos por termodegradação se propagando no ar em forma de fumos e/ vapores. Quando esses processos saem de controle temos sua propagação na forma de fumaça onde mediante a variação de sua composição original podemos ter diversas reações emissões, como por exemplo o monóxido de carbono e o gás cianídrico.
Temos uma diversidade de produtos que contém polímeros em suas estruturas como espumas de preenchimento de sofás, para isolamento acústico, recipientes de isopor, além de equipamentos e produtos que contém PVC – Policloreto de Vinila, o qual libera em sua queima ácido clorídrico, tendo esse efeito irritante ao sistema biológico.
Uma série de fatores podem gerar influência na magnitude do risco gerado pela termodegradação de polímeros, como a umidade relativa do ar, a existência de outras substâncias que podem gerar efeitos sinérgicos potencializando a os efeitos adversos ao organismo, a temperatura em que o polímero está se degradando, características dos ambientes, etc.
Nos mais variados cenários, encontraremos os mais variados tamanhos de partículas que em suas frações inaláveis, torácicas e respiráveis podendo atingir desde o trato respiratório primário como um irritante até aos alvéolos pulmonares, sendo que alguns como fumaças contendo monóxido de carbono entrarem na corrente sanguínea gerando a carboxihemoglobina podendo gerar intoxicações graves. Sua ação tóxica, por exemplo, é o resultado de uma forte ligação química que o CO estabelece com os átomos de ferro da fração heme da hemoglobina formando a carboxihemoglobina, está biotransformação gera um pigmento anormal no sangue incapaz de transportar o oxigênio.  
Todos os polímeros que contém nitrogênio em sua composição em ocasião de sua termodegradação ou em momentos onde entram em combustão geram o cianeto de hidrogênio, óxidos nitrosos, como o dióxido de nitrogênio, etc. Alguns exemplos de desta ocorrência estão presentes principalmente em queimas incompletas, onde destacamos os náilons e os poliuretanos.
A “família” BTX – Benzeno, Xileno e Tolueno, pode ser encontrada em algumas circunstâncias.
Estas constatações servem de alerta no momento em que vamos realizar um levantamento de riscos em processos produtivos envolvendo polímeros ou resinados. Existe a necessidade de estudo e análise constante das substâncias e de seus subprodutos por parte do Higienista Ocupacional, uma vez que, nossa ação, não se resume em apenas medir algo, mas dar significado e sentido ao que se mede, o que se quantifica!
Os aspectos metodológicos são importantes para investigação da existência de substâncias nocivas no ambiente de trabalho, porém é fundamental que os profissionais estudem os processos e comportamentos das substâncias nos ambientes de trabalho.
Isso exige do profissional o desejo de ir além do se apresenta de maneira trivial, de modo que o profissional de higiene ocupacional se desafie a perceber as variáveis ambientais e comportamento das substâncias em análise.
Fabio Alexandre Dias

Agradeço a Almont do Brasil pela parceria e incentivo a pesquisa. Fato que nos motiva a continuar a compartilhar conhecimento. Site: www.almont.com.br

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Condições Climáticas e as Avaliações dos Agentes Ambientais


Uma das questões básicas em avaliações ambientais são as condições climáticas no momento em que as mesmas serão realizadas.

A alta umidade relativa do ar é um fator complicador na avaliação de partículas suspensas, analisar partículas suspensas após um período de garoa, analisar o estresse térmico em dias nublados ou frios, etc. Todos esses exemplos são relevantes e devem ser percebidos em ocasião dos trabalhos a serem realizados.

É importante que o profissional higienista analise a previsão do tempo e das condições climáticas do dia de sua avaliação. Existem períodos do ano onde as condições de exposição são mais acentuadas devido as características climáticas das estações e suas peculiaridades.

Via de regra para maioria dos agentes, dias quentes representam um cenário de maior estresse devido a vários fatores, como por exemplo, aumento da temperatura e variação das características físico-químicas das substâncias, etc.

Outra questão está ligada a fatores fisiológicos, como aumento da sudorese, fadiga muscular, vaso dilatação, maior irritação do trato respiratório, etc.

As avaliações quantitativas de agentes químicos são prejudicadas quando ignoradas essas variações e não fidelizadas em relatório de avaliação ambiental e demais folhas de registros em ocasião das coletas. É de suma importância análise do comportamento da substância com alteração das CNTPs – Condições Normais de Temperatura e Pressão na ocasião de sua amostragem.

Substâncias mais pesadas ou mais leves do que ar interferem também nas nossas concepções de prevenção, pois uma substância mais leve do que ar tende de alcançar as vias respiratórias dos trabalhadores com maior facilidade, sendo que as demais podem se acumular em áreas mais baixas e se concentrar, por exemplo, em ambientes de confinados ou semiconfinados que podem ser acessados pelos trabalhadores.

Outros fatores de influência devem ser levados em consideração como, a velocidade do ar, estrutura física do local e setor de trabalho e, condições de sistemas de proteção coletivos ou ausência dos mesmos, tempo de exposição do trabalhador e de amostragem.

Utilizar relatórios ambientais de sites de internet não é uma boa referência devido as características e particularidades dos ambientes industriais onde o trabalhador está exposto, sendo assim, essas características e particularidades não podem ser desconsideradas e dependem da ética do profissional para que haja critério e fidelidade na hora da amostragem.

Várias observações aqui descritas não se aplicam apenas nas avaliações de agentes químicos, mas sim em diversos cenários de análise de agentes físicos, como por exemplo o calor, etc.

Ter compromisso com os métodos e boas práticas qualificam as avaliações ambientais e da credibilidade as amostras coletadas. As questões comerciais não devem estar acima do comportamento ético para com as empresas e com os trabalhadores que podem serem prejudicados diretamente pela prática analítica descompromissada.

Fabio Alexandre Dias

 Agradeço a Almont do Brasil pela parceria e incentivo a pesquisa. Fato que nos motiva a continuar a compartilhar conhecimento. Site: www.almont.com.br