Prevenção e Comunicação de Risco

Sem dúvida o locus da ação dos profissionais de saúde e segurança no trabalho.

Gerenciamento de Riscos

Fundamental para a redução de perdas.

Saúde e Segurança

Conectadas em prol de nossos trabalhadores.

Higiene Ocupacional e Toxicologia

Ciências unidas na qualificação e quantificação de agentes ambientais.

Parâmetros Regulatórios e de Controle

A dinâmica do trabalho exige uma constante validação dos processos e análise das tarefas.

sábado, 8 de setembro de 2018

Polímeros e os Riscos de Sua Termodegradação


Um aspecto importante quando falamos sobre polímeros na área de Higiene, Segurança e Saúde Ocupacional é a sua termodegradação, gerando subprodutos desta transformação que, quando não percebidos expões os trabalhadores a riscos que podem impactar consideravelmente a salubridade dos ambientes e consequentemente a saúde dos trabalhadores.
Quando, por exemplo, observações processos como extrusão de plásticos, conformação de silicones por processos de aquecimento, fusão de borrachas por processos térmicos, enfim uma diversidade de processos temos a liberação de subprodutos por termodegradação se propagando no ar em forma de fumos e/ vapores. Quando esses processos saem de controle temos sua propagação na forma de fumaça onde mediante a variação de sua composição original podemos ter diversas reações emissões, como por exemplo o monóxido de carbono e o gás cianídrico.
Temos uma diversidade de produtos que contém polímeros em suas estruturas como espumas de preenchimento de sofás, para isolamento acústico, recipientes de isopor, além de equipamentos e produtos que contém PVC – Policloreto de Vinila, o qual libera em sua queima ácido clorídrico, tendo esse efeito irritante ao sistema biológico.
Uma série de fatores podem gerar influência na magnitude do risco gerado pela termodegradação de polímeros, como a umidade relativa do ar, a existência de outras substâncias que podem gerar efeitos sinérgicos potencializando a os efeitos adversos ao organismo, a temperatura em que o polímero está se degradando, características dos ambientes, etc.
Nos mais variados cenários, encontraremos os mais variados tamanhos de partículas que em suas frações inaláveis, torácicas e respiráveis podendo atingir desde o trato respiratório primário como um irritante até aos alvéolos pulmonares, sendo que alguns como fumaças contendo monóxido de carbono entrarem na corrente sanguínea gerando a carboxihemoglobina podendo gerar intoxicações graves. Sua ação tóxica, por exemplo, é o resultado de uma forte ligação química que o CO estabelece com os átomos de ferro da fração heme da hemoglobina formando a carboxihemoglobina, está biotransformação gera um pigmento anormal no sangue incapaz de transportar o oxigênio.  
Todos os polímeros que contém nitrogênio em sua composição em ocasião de sua termodegradação ou em momentos onde entram em combustão geram o cianeto de hidrogênio, óxidos nitrosos, como o dióxido de nitrogênio, etc. Alguns exemplos de desta ocorrência estão presentes principalmente em queimas incompletas, onde destacamos os náilons e os poliuretanos.
A “família” BTX – Benzeno, Xileno e Tolueno, pode ser encontrada em algumas circunstâncias.
Estas constatações servem de alerta no momento em que vamos realizar um levantamento de riscos em processos produtivos envolvendo polímeros ou resinados. Existe a necessidade de estudo e análise constante das substâncias e de seus subprodutos por parte do Higienista Ocupacional, uma vez que, nossa ação, não se resume em apenas medir algo, mas dar significado e sentido ao que se mede, o que se quantifica!
Os aspectos metodológicos são importantes para investigação da existência de substâncias nocivas no ambiente de trabalho, porém é fundamental que os profissionais estudem os processos e comportamentos das substâncias nos ambientes de trabalho.
Isso exige do profissional o desejo de ir além do se apresenta de maneira trivial, de modo que o profissional de higiene ocupacional se desafie a perceber as variáveis ambientais e comportamento das substâncias em análise.
Fabio Alexandre Dias

Agradeço a Almont do Brasil pela parceria e incentivo a pesquisa. Fato que nos motiva a continuar a compartilhar conhecimento. Site: www.almont.com.br

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Condições Climáticas e as Avaliações dos Agentes Ambientais


Uma das questões básicas em avaliações ambientais são as condições climáticas no momento em que as mesmas serão realizadas.

A alta umidade relativa do ar é um fator complicador na avaliação de partículas suspensas, analisar partículas suspensas após um período de garoa, analisar o estresse térmico em dias nublados ou frios, etc. Todos esses exemplos são relevantes e devem ser percebidos em ocasião dos trabalhos a serem realizados.

É importante que o profissional higienista analise a previsão do tempo e das condições climáticas do dia de sua avaliação. Existem períodos do ano onde as condições de exposição são mais acentuadas devido as características climáticas das estações e suas peculiaridades.

Via de regra para maioria dos agentes, dias quentes representam um cenário de maior estresse devido a vários fatores, como por exemplo, aumento da temperatura e variação das características físico-químicas das substâncias, etc.

Outra questão está ligada a fatores fisiológicos, como aumento da sudorese, fadiga muscular, vaso dilatação, maior irritação do trato respiratório, etc.

As avaliações quantitativas de agentes químicos são prejudicadas quando ignoradas essas variações e não fidelizadas em relatório de avaliação ambiental e demais folhas de registros em ocasião das coletas. É de suma importância análise do comportamento da substância com alteração das CNTPs – Condições Normais de Temperatura e Pressão na ocasião de sua amostragem.

Substâncias mais pesadas ou mais leves do que ar interferem também nas nossas concepções de prevenção, pois uma substância mais leve do que ar tende de alcançar as vias respiratórias dos trabalhadores com maior facilidade, sendo que as demais podem se acumular em áreas mais baixas e se concentrar, por exemplo, em ambientes de confinados ou semiconfinados que podem ser acessados pelos trabalhadores.

Outros fatores de influência devem ser levados em consideração como, a velocidade do ar, estrutura física do local e setor de trabalho e, condições de sistemas de proteção coletivos ou ausência dos mesmos, tempo de exposição do trabalhador e de amostragem.

Utilizar relatórios ambientais de sites de internet não é uma boa referência devido as características e particularidades dos ambientes industriais onde o trabalhador está exposto, sendo assim, essas características e particularidades não podem ser desconsideradas e dependem da ética do profissional para que haja critério e fidelidade na hora da amostragem.

Várias observações aqui descritas não se aplicam apenas nas avaliações de agentes químicos, mas sim em diversos cenários de análise de agentes físicos, como por exemplo o calor, etc.

Ter compromisso com os métodos e boas práticas qualificam as avaliações ambientais e da credibilidade as amostras coletadas. As questões comerciais não devem estar acima do comportamento ético para com as empresas e com os trabalhadores que podem serem prejudicados diretamente pela prática analítica descompromissada.

Fabio Alexandre Dias

 Agradeço a Almont do Brasil pela parceria e incentivo a pesquisa. Fato que nos motiva a continuar a compartilhar conhecimento. Site: www.almont.com.br

sábado, 23 de dezembro de 2017

Boas e Seguras Festas!


Neste período do ano faz-se comum grandes concentrações de pessoas nas mais variadas localidades. Na rua, nas praias, nos bairros, cinemas, teatros, centros urbanos, etc. Sendo assim, gostaria de compartilhar fatores importantes a serem observados nestes ajuntamentos e ocasiões:

  1.  Como sair do local em caso de emergência;
  2.  O local é provido de recursos que garantam uma ação emergencial;
  3.  O local onde parei o meu veículo possibilita uma saída rápida e fluida em caso de emergência;
  4. Consta em algum local dos meus pertences informações importantes com telefones para contato e tipo sanguíneo;
  5.  Existe o monitoramento público ou privado nas proximidades;
  6. Quais são os números de emergência a que possa recorrer;
  7. Os ambientes mesmo com segurança, comportam a quantidade de pessoas aos quais foram projetados;
  8. Tenha ciência dos locais mais próximos de atendimento emergencial que possa recorrer e as rotas possíveis em caso desta necessidade;
  9. Existe local para direcionamento de crianças perdidas;
  10. Em ambientes litorâneos respeite o mar e preste atenção nos seus filhos;
  11.  Use dispositivos como boias e coletes em casos de atividades em águas profundas. Coloque-os em suas crianças;
  12. Tome conhecimentos básicos das ações de primeiros socorros;
  13. Avise parentes e pessoas próximas sobre sua saída e horários previstos de retorno;
  14. Deixe o contato de algumas pessoas que estarão com você;
  15. Respeite as Leis de Trânsito, o mar e os limites físicos do seu corpo;
  16.  Retenha atenção no uso de fogos de artifício, siga criteriosamente a recomendação dos fabricantes. Não permita o manuseio por crianças;
  17. Retenha atenção em locais altos, como varandas e áreas de descanso;
  18. Ao tirar fotos perceba-se antes de se desconectar da sua posição, evite acidentes em troca de uma boa foto ou filmagem;
  19. Cuidar de si mesmo é o primeiro passo para cuidar e ajudar o outro!

      São questões extremamente simples que podem fazer a diferença em casos extremos. O problema é nos reeducarmos para estarmos preparados para agir. Geralmente apenas lembramos destas questões quando nos vemos inseridos nelas e infelizmente em alguns casos não sabemos o que fazer ou não conseguimos agir. Prevenir é melhor do que remediar! Compartilhe com quem ama e se preocupa!

Fabio Alexandre Dias
  
Agradeço a Almont do Brasil pela parceria em 2107. Site: http://www.almont.com.br/

sábado, 11 de novembro de 2017

Plano de Amostragem em Higiene Ocupacional

Uma das mais difíceis tarefas na área de Higiene Ocupacional é a elaboração de um plano de amostragem.

Para uma boa construção de um plano de amostragem o profissional deverá não apenas conhecer profundamente a área de segurança no trabalho, mas ser um profundo conhecedor de processos e a relação dos mesmos com a variação da exposição dos trabalhadores.

Ao longo dos anos em minha experiência como docente e treinador de profissionais técnicos na área, sempre enfatizo a seguinte frase: Para ser um excelente técnico em segurança no trabalho devemos ser um excelente conhecedor de processos.

A prática de uma análise simplista em higiene ocupacional pode comprometer a estrutura de um plano amostral. Compreender uma coisa em cada uma de suas partes exige estudo, dedicação e empenho.

Temos visto a evolução de equipamentos que realizam quantificação de contaminantes ambientais com precisão e rapidez, porém fica uma pergunta no ar: Será que a respectiva quantificação representa a realidade da exposição do trabalhador?

No mercado existe uma confusão em relação ao perfil do higienista ocupacional limitando sua atuação há uma falsa de ideia de um utilizador de equipamentos e isso não é verdadeiro. As competências e habilidades que permeiam essa especialidade exige um profundo conhecimento em análise de riscos, processos, materiais industrias e suas aplicações, interpretação das características químicas das substâncias e seus comportamentos que são os subprodutos gerados a partir da relação das substâncias e suas aplicações em processos de trabalho/ industriais.

Todos esses fatores, influenciam na maturidade da construção de um plano de amostragem significativo e assertivo. No Brasil, a prática da higiene ocupacional ainda não é muito difundida, fator que dificulta o entendimento do empresário na contratação e realização desses serviços que são essenciais para o gerenciamento do risco e perigo em seus processos.

Essa condição, faz com que as empresas exijam dos profissionais em higiene ocupacional amostragens pontuais em EMRs – Expostos de Maior Risco que em vários cenários não são eficazes trazendo apenas uma primeira referência de um cenário de exposição onde as variáveis do processo e da intensidade da exposição não são estudadas.

Um bom plano de amostragem deve enaltecer a multidisciplinaridade na busca do conhecimento da situação problema em análise. Fator que compromete o investimento das empresas, uma vez que pela falta de planejamento as análises quantitativas se fragilizam em relação a sua confiabilidade para tomada de decisão, seja de cunho técnico ou legal.

Atualmente, creio ser um dos primeiros profissionais registrados em carteira profissional como Higienista Ocupacional, mas ainda falta muito para termos uma representatividade autônoma e desvinculada de outras profissões no aspecto legal e também científico. Porém, creio no fortalecimento progressivo desta profissão devido a demanda emergente do monitoramento da saúde dos trabalhadores e da compreensão cada vez mais profunda das causas das alterações dos indicadores biológicos de exposição dos trabalhadores.

Quanto maior a percepção dos profissionais em relação ao todo mais “pistas” teremos para compreender o comportamento dos materiais em uso nos mais variados processos, aguçando nossos sentidos e técnica para melhoria contínua do nosso trabalho.

Gostaria de deixar uma reflexão contida no livro “DE MORBIS ARTIFICUM DIATRIBA” de Bernardino Ramazzini:

“ Os vapores de enxofre mudam a tonalidade das rosas, disse o poeta. ”


Por que? Fica o desafio!

Fabio Alexandre Dias

domingo, 24 de setembro de 2017

GHS - Sistema Globalmente Harmonizado

O GHS - Sistema Globalmente Harmonizado é uma ferramenta importante para a gestão do perigo e risco químico. 

Seus pictogramas fazem referencias a características importantes das substâncias facilitando a compreensão e cuidados mínimos a serem observados.

Na área de segurança no trabalho servem para uma pré identificação importante no momento de visitas a empresas para levantamos técnicos e entendimento dos processos e suas correlações com os riscos presentes nas rotulagens das substâncias químicas utilizadas.

O GHS é muito mais do que apenas pictogramas, atualmente as FISPQ's - Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos trazem uma seção com os pictogramas seguidos de suas respectivas palavras de advertências e frases de precaução, porém, não são todas as empresas que adotam o GHS em suas fichas. 

Aproveitando, ressalto que nem todas as FISPQ's trazem consigo boa qualidade nas informações sobre as substâncias, muitas possuem a seguinte frase na composição das substâncias constituídas por misturas " SEGREDO INDUSTRIAL" .  Outro aspecto que tenho percebido é a dificuldade de conseguirmos as FISPQ's quando estamos fazendo alguns estudos para elaboração de planos de amostragem para as empresas. Comumente têm acontecido da informação ficar restrita a clientes e não aberta quando informamos o objetivo da quantificação para fins ocupacionais. 

É importante que os profissionais da área de segurança e saúde no trabalho se aprofundem neste entendimento, uma vez que a cada dia ele se difunde mais dentro das indústrias. Saiba mais em: http://abiquim.org.br/pdfs/manual_ghs.pdf

Todo processo de padronização em escala global demora e em alguns países isso se exponencia, porém aos poucos no Brasil essa linguagem esta sendo difundida e cada vez mais utilizada. 

Os profissionais prevencionistas devem estar atentos a essas padronizações, principalmente quando elas trazem consigo ganhos significativos, como a do GHS. 

Por: Fabio Alexandre Dias 


sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Equipamentos em Segurança do Trabalho

Sempre quando estamos iniciando na área de Segurança do Trabalho pensamos em adquirir alguns equipamentos de trabalho como medidores de NPS – Nível de Pressão Sonora, Audiodosímetros, Termômetros, etc. O problema é que na maioria das vezes não estamos “maduros” profissionalmente para investir nestas compras e fazemos aquisições de equipamentos que não atendem as exigências mínimas em relação aos quesitos técnicos normativos estabelecidos e referendados pelo próprio mercado.

Já tive a experiência de analisar várias estruturas de escopo para prestação de serviços citando marcas que não seriam aceitas para o atendimento da demanda da futura contratante, ou seja, item que desqualificava os prestadores de serviços antes mesmo da tomada de preços.

Um dos fatores importantes na hora de adquirir seus equipamentos é pensar em uma empresa que dê suporte antes e depois da compra. Caso raro no Mercado em geral, fato não diferente com várias empresas que fornecem equipamentos na área de segurança no trabalho.

Segue alguns sinais importantes para analisar uma empresa na ora da compra:
  •          Ela representa a marca do equipamento que deseja comprar? Ou é apenas uma revenda?
  •         Ela possui demais serviços, por exemplo, manutenção e calibração dos equipamentos?
  •         Os serviços de calibração são acreditados pelo INMETRO? Sendo esta solicitação comum na maioria das tomadas de preço para prestação de serviços.
  •         A empresa investe em difusão de conhecimentos e ações educativas na área de segurança do trabalho?
  •         A empresa possui um suporte técnico para atendimento ao cliente?

Estes são alguns cuidados que temos que tomar ao adquirirmos equipamentos. É comum trabalhamos com tomada de preços, de negociarmos valores, mas na maioria dos casos esquecemos de colocar o suporte ao cliente na “ponta do lápis” e sofremos depois com a falta de esclarecimentos e apoio em ocasião dos equipamentos apresentarem pequenos defeitos ou falhas em softwares e hardwares.

  Recentemente, importados da China são facilmente encontrados em sites de venda em massa  e fomentaram a abertura de uma grande quantidade de revendas fazendo parte de seus catálogos. Mas qual seria o problema? “Nenhum” a não ser a origem, a garantia da qualidade e o suporte pós-venda, ou seja, é possível que se consiga um item até com uma qualidade razoável, o problema é o pós-venda e as demais necessidades que podem surgir.

Na hora de adquirir seus primeiros equipamentos, procure um profissional mais experiente e inteire-se sobre as demandas de mercado e exigências técnicas que podem ter sido atualizadas. A maioria dos equipamentos demandados são os que possuem a característica de serem intrinsecamente seguros que preservem a integridade dos dados armazenados e apresentem relatórios com completude, sendo capazes de apresentar as informações de modo amplo e de maneira a atender as demandas de evidências técnicas, trabalhistas e previdenciárias.

Uma boa oportunidade para comparar os equipamentos e fornecedores são as feiras do segmento que acontecem anualmente em São Paulo. Vários fabricantes e suas linhas mais modernas expõem seus produtos, fomentam palestras durante o evento e tiram dúvidas técnicas acerca de suas funcionalidades. Devida a grande quantidade de fornecedores abre-se espeço para uma melhor negociação e os preços podem cair com uma boa conversa e barganha.

Um grande desafio é controlar a ansiedade, pois um equipamento traz consigo no mínimo a expectativa de serviço a ser prestado, vendido ou desenvolvido. Mas para que não exista frustação posterior é necessário comprar bem, porque, embora não seja este o único fator, a escolha do equipamento influencia na credibilidade do serviço a ser prestado.

Na minha rotina utilizo equipamentos de marcas variadas, como Svantek, Quest, Casella, Brüel, Gillian, UltraRAE, etc. Todos são muito bons e com alta tecnologia! Existem empresas desenvolvendo tecnologia de maneira séria e comendo pelas beiradas, mas com um longo caminho pela frente.
Fabio Alexandre Dias

Agradecimento: A Almont do Brasil pelo apoio e fomento as minhas pesquisas calibrando meus equipamentos. Visite o site em: www.almont.com.br  







  


sábado, 19 de agosto de 2017

Resinas Epóxi ou Sintéticas

As resinas epóxi são comuns em diversos segmentos, por exemplo, no de tintas e vernizes, materiais para construção civil, etc. 

A resina epóxi é uma espécie de plástico termofixo que em reação com um catalizador se endurece criando superfícies resistentes e com características impermeáveis. 

Existem diversas formulações que empresas do mundo todo desenvolveram para os mais variados fins, porém, as resinas epóxi mais aplicadas hoje são produtos de reação entre epicloridrina e bisfenol A. 

Algumas informações importantes:

Epicloridrina – CAS Number 106.89-8, segundo ACGIH (2016), possui um LEO – Limite de Exposição Ocupacional, média ponderada no tempo de 08 horas de 0,5 ppm (partes de vapor ou gás por milhões de partes do ar contaminado por volume em CNTP), possuindo perigo de absorção cutânea e com classificação A3 de carcinogenicidade (carcinógenos confirmados de animais com relevância desconhecida para os seres humanos/ equivalência - grupo 2B do IARC e categoria 2 da União Europeia). Saiba mais em http://www.prevor.com/en/carcinogens-different-classifications ;

Bisfenol A – CAS Number 80.05.7, seu limite de tolerância deve ser classificado como PNOS na ACGIH, ou seja, 3 mg/m³ para frações respiráveis e 10 mg/m³ para frações inaláveis até que seja estabelecido um LE – limite de exposição para a substância. Esta substância esteve em evidência nas discussões relacionadas a exposição por via oral e como componente de embalagens plásticas. Porém, estudos foram realizados envolvendo a OMS e EFSA, discutido e analisado pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária que, por precaução proibiram a importação de mamadeiras no Brasil contendo a substância. No caso das embalagens a ANVISA, através da RDC 17/2008, estabeleceu um Limite de Migração Específica (LME) de 0,6 mg de Bisfenol A por Kg de alimento ou simulante.    Saiba mais em http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/embalagens/bisfenol-a; Outra questão importante do Bisfenol A é seu limite inferior de explosividade que é de aproximadamente 0,019 g/l.

Dentro dos processos de fabricação de certos grupos de resinas epóxis, utiliza-se diluentes como os da família química conhecida como éteres glicidil, com capacidade de evaporação maior do que os demais compostos relacionados as resinas epóxi, ou seja, potencializando a exposição do sistema respiratório do trabalhador. 

Outro fator importante é o uso de agentes de cura/endurecedores como as aminas alifáticas, cicloalifáticas e aromáticas. 

 As resinas epóxi podem ser encontradas nos estados líquidos ou em pó, alternando assim as formas de exposição ocupacional e as medidas de gerenciamento do risco.  Sendo suas vias de exposição a inalatória, dérmica e oral. A irritação ocular indica a necessidade da proteção das mucosas dos olhos.

Uma sugestão de amostragem nestes casos seria uma varredura de vapores orgânicos para detecção dos compostos e suas quantidades no ambiente de trabalho, através de tubo de carvão ativado, para resinas no estado líquido e investigação das frações respiráveis e inaláveis em caso de seu estado físico se encontrar na forma de pó (lembrando da característica de absorção e irritação cutânea das resinas). Planos de amostragem específicos podem ser elaborados após a investigação com a varredura. Saiba mais em: https://www.cdc.gov/niosh/docs/2003-154/pdfs/methodfinder.pdf .

Sendo assim, percebemos ser fundamental a proteção do trabalhador, a implementação de medidas administrativas relacionadas a orientação e capacitação dos trabalhadores e medidas de engenharia relacionadas ao controle da exposição. 

Fabio Alexandre Dias