Prevenção e Comunicação de Risco

Sem dúvida o locus da ação dos profissionais de saúde e segurança no trabalho.

Gerenciamento de Riscos

Fundamental para a redução de perdas.

Saúde e Segurança

Conectadas em prol de nossos trabalhadores.

Higiene Ocupacional e Toxicologia

Ciências unidas na qualificação e quantificação de agentes ambientais.

Parâmetros Regulatórios e de Controle

A dinâmica do trabalho exige uma constante validação dos processos e análise das tarefas.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Boas e Seguras Festas!


Neste período do ano faz-se comum grandes concentrações de pessoas nas mais variadas localidades. Na rua, nas praias, nos bairros, cinemas, teatros, centros urbanos, etc. Sendo assim, gostaria de compartilhar fatores importantes a serem observados nestes ajuntamentos e ocasiões:

  1.  Como sair do local em caso de emergência;
  2.  O local é provido de recursos que garantam uma ação emergencial;
  3.  O local onde parei o meu veículo possibilita uma saída rápida e fluida em caso de emergência;
  4. Consta em algum local dos meus pertences informações importantes com telefones para contato e tipo sanguíneo;
  5.  Existe o monitoramento público ou privado nas proximidades;
  6. Quais são os números de emergência a que possa recorrer;
  7. Os ambientes mesmo com segurança, comportam a quantidade de pessoas aos quais foram projetados;
  8. Tenha ciência dos locais mais próximos de atendimento emergencial que possa recorrer e as rotas possíveis em caso desta necessidade;
  9. Existe local para direcionamento de crianças perdidas;
  10. Em ambientes litorâneos respeite o mar e preste atenção nos seus filhos;
  11.  Use dispositivos como boias e coletes em casos de atividades em águas profundas. Coloque-os em suas crianças;
  12. Tome conhecimentos básicos das ações de primeiros socorros;
  13. Avise parentes e pessoas próximas sobre sua saída e horários previstos de retorno;
  14. Deixe o contato de algumas pessoas que estarão com você;
  15. Respeite as Leis de Trânsito, o mar e os limites físicos do seu corpo;
  16.  Retenha atenção no uso de fogos de artifício, siga criteriosamente a recomendação dos fabricantes. Não permita o manuseio por crianças;
  17. Retenha atenção em locais altos, como varandas e áreas de descanso;
  18. Ao tirar fotos perceba-se antes de se desconectar da sua posição, evite acidentes em troca de uma boa foto ou filmagem;
  19. Cuidar de si mesmo é o primeiro passo para cuidar e ajudar o outro!

      São questões extremamente simples que podem fazer a diferença em casos extremos. O problema é nos reeducarmos para estarmos preparados para agir. Geralmente apenas lembramos destas questões quando nos vemos inseridos nelas e infelizmente em alguns casos não sabemos o que fazer ou não conseguimos agir. Prevenir é melhor do que remediar! Compartilhe com quem ama e se preocupa!

Fabio Alexandre Dias
  
Agradeço a Almont do Brasil pela parceria em 2107. Site: http://www.almont.com.br/

sábado, 11 de novembro de 2017

Plano de Amostragem em Higiene Ocupacional

Uma das mais difíceis tarefas na área de Higiene Ocupacional é a elaboração de um plano de amostragem.

Para uma boa construção de um plano de amostragem o profissional deverá não apenas conhecer profundamente a área de segurança no trabalho, mas ser um profundo conhecedor de processos e a relação dos mesmos com a variação da exposição dos trabalhadores.

Ao longo dos anos em minha experiência como docente e treinador de profissionais técnicos na área, sempre enfatizo a seguinte frase: Para ser um excelente técnico em segurança no trabalho devemos ser um excelente conhecedor de processos.

A prática de uma análise simplista em higiene ocupacional pode comprometer a estrutura de um plano amostral. Compreender uma coisa em cada uma de suas partes exige estudo, dedicação e empenho.

Temos visto a evolução de equipamentos que realizam quantificação de contaminantes ambientais com precisão e rapidez, porém fica uma pergunta no ar: Será que a respectiva quantificação representa a realidade da exposição do trabalhador?

No mercado existe uma confusão em relação ao perfil do higienista ocupacional limitando sua atuação há uma falsa de ideia de um utilizador de equipamentos e isso não é verdadeiro. As competências e habilidades que permeiam essa especialidade exige um profundo conhecimento em análise de riscos, processos, materiais industrias e suas aplicações, interpretação das características químicas das substâncias e seus comportamentos que são os subprodutos gerados a partir da relação das substâncias e suas aplicações em processos de trabalho/ industriais.

Todos esses fatores, influenciam na maturidade da construção de um plano de amostragem significativo e assertivo. No Brasil, a prática da higiene ocupacional ainda não é muito difundida, fator que dificulta o entendimento do empresário na contratação e realização desses serviços que são essenciais para o gerenciamento do risco e perigo em seus processos.

Essa condição, faz com que as empresas exijam dos profissionais em higiene ocupacional amostragens pontuais em EMRs – Expostos de Maior Risco que em vários cenários não são eficazes trazendo apenas uma primeira referência de um cenário de exposição onde as variáveis do processo e da intensidade da exposição não são estudadas.

Um bom plano de amostragem deve enaltecer a multidisciplinaridade na busca do conhecimento da situação problema em análise. Fator que compromete o investimento das empresas, uma vez que pela falta de planejamento as análises quantitativas se fragilizam em relação a sua confiabilidade para tomada de decisão, seja de cunho técnico ou legal.

Atualmente, creio ser um dos primeiros profissionais registrados em carteira profissional como Higienista Ocupacional, mas ainda falta muito para termos uma representatividade autônoma e desvinculada de outras profissões no aspecto legal e também científico. Porém, creio no fortalecimento progressivo desta profissão devido a demanda emergente do monitoramento da saúde dos trabalhadores e da compreensão cada vez mais profunda das causas das alterações dos indicadores biológicos de exposição dos trabalhadores.

Quanto maior a percepção dos profissionais em relação ao todo mais “pistas” teremos para compreender o comportamento dos materiais em uso nos mais variados processos, aguçando nossos sentidos e técnica para melhoria contínua do nosso trabalho.

Gostaria de deixar uma reflexão contida no livro “DE MORBIS ARTIFICUM DIATRIBA” de Bernardino Ramazzini:

“ Os vapores de enxofre mudam a tonalidade das rosas, disse o poeta. ”


Por que? Fica o desafio!

Fabio Alexandre Dias

domingo, 24 de setembro de 2017

GHS - Sistema Globalmente Harmonizado

O GHS - Sistema Globalmente Harmonizado é uma ferramenta importante para a gestão do perigo e risco químico. 

Seus pictogramas fazem referencias a características importantes das substâncias facilitando a compreensão e cuidados mínimos a serem observados.

Na área de segurança no trabalho servem para uma pré identificação importante no momento de visitas a empresas para levantamos técnicos e entendimento dos processos e suas correlações com os riscos presentes nas rotulagens das substâncias químicas utilizadas.

O GHS é muito mais do que apenas pictogramas, atualmente as FISPQ's - Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos trazem uma seção com os pictogramas seguidos de suas respectivas palavras de advertências e frases de precaução, porém, não são todas as empresas que adotam o GHS em suas fichas. 

Aproveitando, ressalto que nem todas as FISPQ's trazem consigo boa qualidade nas informações sobre as substâncias, muitas possuem a seguinte frase na composição das substâncias constituídas por misturas " SEGREDO INDUSTRIAL" .  Outro aspecto que tenho percebido é a dificuldade de conseguirmos as FISPQ's quando estamos fazendo alguns estudos para elaboração de planos de amostragem para as empresas. Comumente têm acontecido da informação ficar restrita a clientes e não aberta quando informamos o objetivo da quantificação para fins ocupacionais. 

É importante que os profissionais da área de segurança e saúde no trabalho se aprofundem neste entendimento, uma vez que a cada dia ele se difunde mais dentro das indústrias. Saiba mais em: http://abiquim.org.br/pdfs/manual_ghs.pdf

Todo processo de padronização em escala global demora e em alguns países isso se exponencia, porém aos poucos no Brasil essa linguagem esta sendo difundida e cada vez mais utilizada. 

Os profissionais prevencionistas devem estar atentos a essas padronizações, principalmente quando elas trazem consigo ganhos significativos, como a do GHS. 

Por: Fabio Alexandre Dias 


sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Equipamentos em Segurança do Trabalho

Sempre quando estamos iniciando na área de Segurança do Trabalho pensamos em adquirir alguns equipamentos de trabalho como medidores de NPS – Nível de Pressão Sonora, Audiodosímetros, Termômetros, etc. O problema é que na maioria das vezes não estamos “maduros” profissionalmente para investir nestas compras e fazemos aquisições de equipamentos que não atendem as exigências mínimas em relação aos quesitos técnicos normativos estabelecidos e referendados pelo próprio mercado.

Já tive a experiência de analisar várias estruturas de escopo para prestação de serviços citando marcas que não seriam aceitas para o atendimento da demanda da futura contratante, ou seja, item que desqualificava os prestadores de serviços antes mesmo da tomada de preços.

Um dos fatores importantes na hora de adquirir seus equipamentos é pensar em uma empresa que dê suporte antes e depois da compra. Caso raro no Mercado em geral, fato não diferente com várias empresas que fornecem equipamentos na área de segurança no trabalho.

Segue alguns sinais importantes para analisar uma empresa na ora da compra:
  •          Ela representa a marca do equipamento que deseja comprar? Ou é apenas uma revenda?
  •         Ela possui demais serviços, por exemplo, manutenção e calibração dos equipamentos?
  •         Os serviços de calibração são acreditados pelo INMETRO? Sendo esta solicitação comum na maioria das tomadas de preço para prestação de serviços.
  •         A empresa investe em difusão de conhecimentos e ações educativas na área de segurança do trabalho?
  •         A empresa possui um suporte técnico para atendimento ao cliente?

Estes são alguns cuidados que temos que tomar ao adquirirmos equipamentos. É comum trabalhamos com tomada de preços, de negociarmos valores, mas na maioria dos casos esquecemos de colocar o suporte ao cliente na “ponta do lápis” e sofremos depois com a falta de esclarecimentos e apoio em ocasião dos equipamentos apresentarem pequenos defeitos ou falhas em softwares e hardwares.

  Recentemente, importados da China são facilmente encontrados em sites de venda em massa  e fomentaram a abertura de uma grande quantidade de revendas fazendo parte de seus catálogos. Mas qual seria o problema? “Nenhum” a não ser a origem, a garantia da qualidade e o suporte pós-venda, ou seja, é possível que se consiga um item até com uma qualidade razoável, o problema é o pós-venda e as demais necessidades que podem surgir.

Na hora de adquirir seus primeiros equipamentos, procure um profissional mais experiente e inteire-se sobre as demandas de mercado e exigências técnicas que podem ter sido atualizadas. A maioria dos equipamentos demandados são os que possuem a característica de serem intrinsecamente seguros que preservem a integridade dos dados armazenados e apresentem relatórios com completude, sendo capazes de apresentar as informações de modo amplo e de maneira a atender as demandas de evidências técnicas, trabalhistas e previdenciárias.

Uma boa oportunidade para comparar os equipamentos e fornecedores são as feiras do segmento que acontecem anualmente em São Paulo. Vários fabricantes e suas linhas mais modernas expõem seus produtos, fomentam palestras durante o evento e tiram dúvidas técnicas acerca de suas funcionalidades. Devida a grande quantidade de fornecedores abre-se espeço para uma melhor negociação e os preços podem cair com uma boa conversa e barganha.

Um grande desafio é controlar a ansiedade, pois um equipamento traz consigo no mínimo a expectativa de serviço a ser prestado, vendido ou desenvolvido. Mas para que não exista frustação posterior é necessário comprar bem, porque, embora não seja este o único fator, a escolha do equipamento influencia na credibilidade do serviço a ser prestado.

Na minha rotina utilizo equipamentos de marcas variadas, como Svantek, Quest, Casella, Brüel, Gillian, UltraRAE, etc. Todos são muito bons e com alta tecnologia! Existem empresas desenvolvendo tecnologia de maneira séria e comendo pelas beiradas, mas com um longo caminho pela frente.
Fabio Alexandre Dias

Agradecimento: A Almont do Brasil pelo apoio e fomento as minhas pesquisas calibrando meus equipamentos. Visite o site em: www.almont.com.br  







  


sábado, 19 de agosto de 2017

Resinas Epóxi ou Sintéticas

As resinas epóxi são comuns em diversos segmentos, por exemplo, no de tintas e vernizes, materiais para construção civil, etc. 

A resina epóxi é uma espécie de plástico termofixo que em reação com um catalizador se endurece criando superfícies resistentes e com características impermeáveis. 

Existem diversas formulações que empresas do mundo todo desenvolveram para os mais variados fins, porém, as resinas epóxi mais aplicadas hoje são produtos de reação entre epicloridrina e bisfenol A. 

Algumas informações importantes:

Epicloridrina – CAS Number 106.89-8, segundo ACGIH (2016), possui um LEO – Limite de Exposição Ocupacional, média ponderada no tempo de 08 horas de 0,5 ppm (partes de vapor ou gás por milhões de partes do ar contaminado por volume em CNTP), possuindo perigo de absorção cutânea e com classificação A3 de carcinogenicidade (carcinógenos confirmados de animais com relevância desconhecida para os seres humanos/ equivalência - grupo 2B do IARC e categoria 2 da União Europeia). Saiba mais em http://www.prevor.com/en/carcinogens-different-classifications ;

Bisfenol A – CAS Number 80.05.7, seu limite de tolerância deve ser classificado como PNOS na ACGIH, ou seja, 3 mg/m³ para frações respiráveis e 10 mg/m³ para frações inaláveis até que seja estabelecido um LE – limite de exposição para a substância. Esta substância esteve em evidência nas discussões relacionadas a exposição por via oral e como componente de embalagens plásticas. Porém, estudos foram realizados envolvendo a OMS e EFSA, discutido e analisado pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária que, por precaução proibiram a importação de mamadeiras no Brasil contendo a substância. No caso das embalagens a ANVISA, através da RDC 17/2008, estabeleceu um Limite de Migração Específica (LME) de 0,6 mg de Bisfenol A por Kg de alimento ou simulante.    Saiba mais em http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/embalagens/bisfenol-a; Outra questão importante do Bisfenol A é seu limite inferior de explosividade que é de aproximadamente 0,019 g/l.

Dentro dos processos de fabricação de certos grupos de resinas epóxis, utiliza-se diluentes como os da família química conhecida como éteres glicidil, com capacidade de evaporação maior do que os demais compostos relacionados as resinas epóxi, ou seja, potencializando a exposição do sistema respiratório do trabalhador. 

Outro fator importante é o uso de agentes de cura/endurecedores como as aminas alifáticas, cicloalifáticas e aromáticas. 

 As resinas epóxi podem ser encontradas nos estados líquidos ou em pó, alternando assim as formas de exposição ocupacional e as medidas de gerenciamento do risco.  Sendo suas vias de exposição a inalatória, dérmica e oral. A irritação ocular indica a necessidade da proteção das mucosas dos olhos.

Uma sugestão de amostragem nestes casos seria uma varredura de vapores orgânicos para detecção dos compostos e suas quantidades no ambiente de trabalho, através de tubo de carvão ativado, para resinas no estado líquido e investigação das frações respiráveis e inaláveis em caso de seu estado físico se encontrar na forma de pó (lembrando da característica de absorção e irritação cutânea das resinas). Planos de amostragem específicos podem ser elaborados após a investigação com a varredura. Saiba mais em: https://www.cdc.gov/niosh/docs/2003-154/pdfs/methodfinder.pdf .

Sendo assim, percebemos ser fundamental a proteção do trabalhador, a implementação de medidas administrativas relacionadas a orientação e capacitação dos trabalhadores e medidas de engenharia relacionadas ao controle da exposição. 

Fabio Alexandre Dias 

domingo, 2 de julho de 2017

PL Nº 6.787-B DE 2016 – Erro latente!

“Art. 394-A § 3º -  Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário maternidade, nos termos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento. ”
Gostaria de externar a minha compreensão em relação a necessidade da reforma das relações trabalhistas no Brasil, porém, este artigo não visa discutir politicamente o pleito da PL 6.787, mas o erro técnico que compõem o Art. 394-A § 3º no que se refere a permanência das gravidas e lactantes em áreas insalubres em determinada instância. Consulta disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1550864&filename=Tramitacao-PL+6787/2016

Gostaria de reiterar o artigo dantes publicado neste blog sob o tema “ Trabalho e Gravidez” para que possamos compreender a problemática relacionada a está redação que classifico como um erro latente!
  “As mulheres a cada dia assumem novos postos de trabalho que tradicionalmente eram ocupados por homens nos mais variados ramos de atividades. A atenção das mulheres em acompanharem detalhes e a capacidade de conseguirem reter a concentração nas tarefas a elas delegadas fazem delas verdadeiras “pérolas“ estratégicas nas linhas de produção. Porém a atuação e o papel das mulheres em frentes de trabalho não é recente, tomemos como exemplo o trabalho feminino nas fábricas de tecido ao final do século XIX e início do século XX. 

           A grande diferença entre a participação das mulheres era que no passado as empresas eram em sua grande maioria gerenciadas por homens e as mulheres eram contratadas e muitas vezes submetidas a condições precárias de trabalho e, em alguns casos, tratadas como a “mulher submissa e obediente” de dentro de casa, ou seja, sem direitos a participar ativamente das decisões que envolviam sua própria vida na maioria das vezes.  Atualmente o papel da mulher é totalmente diferente, embora ainda nos deparemos com situações semelhantes as do passado, atualmente a mulher se estabelece em posições gerenciais e também na linhas de produção. Embora as mulheres tenham buscado e encontrado seu espaço, existe algo que elas sempre irão preservar: sua maternidade e a capacidade de gerar outra vida. Sem dúvida alguma uma virtude e uma grande alegria para muitas mulheres. A grande questão é: Existe riscos em processos de produção que podem gerar implicações ao feto durante a gravidez? A resposta é: Sim existem! Cito os teratógenos, que são agentes exógenos que podem causar defeitos congênitos, como por exemplo, substâncias químicas (PCBs, metil mercúrio, álcoois, etc.), exposição a radiações ionizantes, etc.                   

             O grande problema é que as possíveis desordens genéticas são mais comuns na fase embrionária porque o embrião fica vulnerável por possuir mecanismos limitados de destoxificação. Nos casos em que a gravidez não é programada o acompanhamento e casual nas primeiras semanas, ou seja, importantes para o feto e sua maturação. Outros fatores são importantes e devem ser levados em consideração: Processos infecciosos, desordens biológicas maternas, radiações terapêuticas e a administração de fármacos durante a gestação, sendo assim, percebe-se a necessidade da implantação de campanhas educativas nas empresas sob a temática proposta. Infelizmente, muitas mulheres sentem-se inseguras em informar que se encontram gestantes, temerosas com as reações de seus empregadores, principalmente quando o trabalho é prestado de maneira informal, porque atualmente muitas compartilham com seus cônjuges a manutenção da renda familiar. 

          A área de Segurança do Trabalho, Saúde e Qualidade de Vida e Recursos Humanos nunca foram tão importantes para este no modelo social e de trabalho. Pois a ação para preservação da saúde da trabalhadora e de seu feto, durante o processo gestacional, depende de um trabalho amplo e em equipe para a propiciação de um ambiente digno e salubre de trabalho para estas vidas que dependem de nossa conscientização em primeiro lugar, capacitação para a identificação dos cenários de exposição que se apresentam e de nosso cuidado, pois o maior patrimônio das empresas e das grandes organizações são as pessoas que as constituem.  

Aos Técnicos em Segurança do Trabalho, cabe primeiramente a colaboração na identificação e análise de riscos dentro de equipes multidisciplinares com o objetivo da realocação, quando necessária, das gestantes que se encontram em tais condições. O período de lactância, após o nascimento do bebê deve ser levado em consideração, pois algumas substâncias podem ser excretadas pela glândula mamária e trazerem graves prejuízos à criança, principalmente nos três primeiros meses de vida, onde seu sistema imunológico não está completamente formado. 

No ano de 2004, foi estabelecido no Brasil o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal envolvendo o Ministério da Saúde em suas Secretarias de Atenção a Saúde e Vigilância em Saúde, Governo Federal e Comitês de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal, etc.

            Esta temática faz parte das Metas do Desenvolvimento do Milênio em compromisso assumido pelos países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU), do qual o Brasil faz parte. Todos nós somos responsáveis, nós somos o Brasil!  Se pudéssemos resumir em uma palavra a nossa atuação como profissionais de segurança e saúde no trabalho, ela seria prevenção, creio ser o cerne de nossa atuação e devemos extrapolar nossas simples rotinas agindo com dedicação extrema para a valorização da vida.”  Fonte disponível para consulta em: http://institutodiasfilho.blogspot.com.br/2014/08/trabalho-e-gravidez.html


A redação da PL é no mínimo contraditória e, caso aprovada, será contraditória e passível de questionamento legal em relação a responsabilidade do empregador e médico trabalho em autorizar a exposição ocupacional das trabalhadoras, gestantes ou mães, a atividades de trabalho em ambientes insalubres.

Na minha opinião, o Art. 394-A § 3º não oferece nenhum tipo de avanço nas relações trabalhistas, mas sim um retrocesso nas relações de trabalho e na gestão da saúde pública devido ao impacto que uma proposta que desconsidera a preservação da vida e da saúde desde o período gestacional, neonatal e da amamentação.
Avançar sim! Retroceder jamais!
                                                                 

                                             Por: Fabio Alexandre Dias


Emissões Fugitivas

As emissões fugitivas estão mais próximas de nós do que imaginamos! Todos os dias milhares de veículos emitem substâncias químicas oriundas dos processos de queima de combustíveis de seus motores na atmosfera (fontes de emissões móveis). Outra emissão comum em escalas menores são as decorrentes dos processos de abastecimento de tanques de combustíveis em postos de gasolina (fontes de emissões fixas, assim como as industriais). Porém, estas emissões ocorrem em maior escala nos mais variados processos industriais.

Nas fontes de emissões fixas, podemos sub classificá-las em fontes de emissões pontuais, que podemos explicar como as que possuem seu fluxo controlado e são conhecidas por fazerem parte dos processos produtivos, como por exemplo: chaminés, dutos de condução e ventiladores. Outras classificamos como fontes de emissões difusas e/ou fugitivas onde as emissões ocorrem sem controle e gerenciamento direto e conhecido como as fixas.

Nos processos industriais são comuns ocorrerem em válvulas, registros e em abertura de recipientes contendo COVs – Compostos Orgânicos Voláteis sendo locais de emissão de VO – Vapores Orgânicos, em sua maioria, por substâncias derivadas de petróleo.
Sendo assim, faz-se necessário o monitoramento destas fontes do modo sistêmico devido aos riscos relacionados, dentre eles: perda de matéria prima, aumento probabilidade de ocorrência de sinistros (perdas materiais), aumento da probabilidade da ocorrência de acidentes do trabalho, impactos ambientais (aumento da poluição atmosférica, plumas de contaminantes na planta e no entorno das instalações, etc.).

Um dos métodos para gerenciamento dos vapores orgânicos é o da EPA – Environmental Protection Agency, mais conhecido como EPA M21 VOC - Volatile Organic Compound Leaks, disponível para download em: https://www.epa.gov/emc/method-21-volatile-organic-compound-leaks.

No Brasil, o controle de emissões de fontes fixas está normalizado pela CETESB através do PMEA/RMEA desde março de 2005, através do “ Termo de Referência para Elaboração do Plano de Monitoramento de Emissões Atmosféricas (PMEA)”, disponível para download em: file:///C:/Users/Fabio/Downloads/pmea%20(2).pdf.

Emissões fugitivas em plantas industriais possuem relação direta com a área de segurança e saúde ocupacional, exigindo ações conjuntas e multidisciplinares devido a amplitude dos problemas que acarretam e a extensão das áreas técnicas operacionais envolvidas.

No mercado existem monitores de análise pontual, além dos de pontos fixos que auxiliam na gestão do risco em plantas de processo. As frequências do monitoramento devem ter referência no fluxo operacional e de modo rigoroso nas fontes geradoras identificadas e a frequência da apresentação dos dados levantados deve ser acordada com o órgão licenciador.

Por Fabio Alexandre Dias



sexta-feira, 14 de abril de 2017

Ruído – Dose Projetada e Nível de Exposição Normalizado

Atualmente a maioria dos equipamentos que realizam a análise dos níveis de pressão sonora ao qual um trabalhador fica exposto possui integração de dados para fornecimento de informações como, por exemplo, a dose projetada para uma jornada de trabalho de 8 horas. Quando se monitora 70% ou menos desta jornada a mesma, na maioria dos casos, é projetada para oito horas. Quais os cuidados que devemos ter e como isso acontece?
Primeiramente uma investigação e análise detalhada da rotina devem acontecer, pois do contrário pode ser “mascarado” um cenário de exposição, pensando simploriamente em um caso o qual as horas projetadas fossem as mais intensas de certa rotina de trabalho, ou seja, variações consideráveis poderiam influenciar no resultado final do nível de pressão sonora ponderado.
Existem algumas maneiras de se projetar a dose encontrada em um determinado espaço de tempo inferior a jornada completa de trabalho, visando encontrarmos os valores correspondentes de uma jornada integral. Vejamos os exemplos abaixo:
1.    Dose Projetada:

Um avaliador realizou uma dosimetria de 2h, encontrando uma dose de 40%, sendo que a jornada de trabalho é de 8 horas. Projetando então às horas restantes teremos:
Dados:
LAVG = ruído médio ponderado no tempo
D (%) = dose em percentual
T (min) = tempo da medição em minutos

2h à 40%
8h à x
X = (8 . 40) /2 => 160 %
Portanto, D = 160 %
LAVG = 80 + 16,61 x log [(9,6 x D)/T]
LAVG = 80 + 16,61 x log [(9,6 x 160)/480]
LAVG = 88,39 dB (A)

2.    NEN – Nível de Exposição Normalizado – NHO 01

      Constatou-se que um trabalhador está exposto a um NPS – nível de pressão sonora de 87 dB (A) (LEQ) após uma dosimetria de 4 horas, sendo que sua jornada de trabalho é de 8 horas por dia. Qual seria o nível de exposição normalizado ao qual este trabalhador estaria exposto em uma jornada de 8 horas?
Dados:
NEN = dB (A)
NE = nível médio de exposição ocupacional diária
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.

Utilizando o NEN – Nível de Exposição Normalizado para q=5 (fator de duplicação de              dose conforme NR 15):


NEN = NE +16,61 log (TE/480)
NEN = 87 + 16,61 log (240/480)
NEN = 81,99 dB (A)

Utilizando o NEN – Nível de Exposição Normalizada para q=3 (fator de duplicação de               dose conforme NHO 01):

NEN = NE +10 log (TE/480)
NEN = 87 + 10 log (240/480)
NEN = 83,98 dB (A)

3.    NEN – Nível de Exposição Normalizado – Com excedente de jornada.

            Constatou-se que um trabalhador está exposto a um NPS – nível de pressão sonora de 81 dB (A) (LEQ) após uma jornada total de trabalho de 10 horas, sendo que sua jornada contratual é composta por 8 horas de trabalho e mais 2 horas extras diárias. Qual seria o NEN – Nível de Exposição Normalizado para análise e tomada de decisão com base nos critérios previdenciários vigentes?

Utilizando o NEN – Nível de Exposição Normalizado para q=5 (fator de duplicação de dose conforme NR 15):

NEN = NE +16,61 log (TE/480)
NEN = 81 + 16,61 log (600/480)
NEN = 82,61 dB (A) para uma jornada de 8 horas.

Vejamos outro exemplo:

Constatou-se que um trabalhador está exposto a um NPS – nível de pressão sonora de 84 dB (A) (LEQ) após uma jornada total de trabalho de 10 horas, sendo que sua jornada contratual é composta por 8 horas de trabalho e mais 2 horas extras diárias. Qual seria o NEN – Nível de Exposição Normalizado para análise e tomada de decisão com base nos critérios previdenciários vigentes?

Utilizando o NEN – Nível de Exposição Normalizado para q=5 (fator de duplicação de dose conforme NR 15):

NEN = NE +16,61 log (TE/480)
NEN = 84 + 16,61 log (600/480)
NEN = 85,61 dB (A) para uma jornada de 8 horas.

Os cálculos são importantes para estimativas, ampliando os recursos técnicos dos profissionais no variados cenários que podem apresentar-se durante sua atuação profissional.

É interessante esclarecer que:  

Art. 239. A exposição ocupacional a ruído dará ensejo à aposentadoria especial quando os níveis de pressão sonora estiverem acima de oitenta dB(A), noventa dB(A) ou oitenta e cinco dB(A), conforme o caso, observado o seguinte:
IV - a partir de 19 de novembro de 2003, data da publicação do Decreto nº 4.882, de 18 de novembro de 2003, será efetuado o enquadramento quando o Nível de Exposição Normalizado - NEN se situar acima de oitenta e cinco dB (A) ou for ultrapassada a dose unitária, aplicando:

a) “os limites de tolerância definidos no Quadro Anexo I da NR-15 do MTE; e
b) as metodologias e os procedimentos definidos nas NHO-01 da FUNDACENTRO.”

Por tal circunstância é que se adaptou o cálculo do NEN para o atendimento da legislação supra referida, sendo aplicável quando os valores forem acima de 85 dB (A). 


Fabio Alexandre 14/04/2017

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A Importância da Ética Relacional e “Introspecção Funcional”nas Relações de Trabalho




Nós apenas existimos por causa do outro que nos identifica! Mas como o outro nos identifica? Um colega de trabalho, um amigo, um ex-amigo, um conhecido.... Um superior justo, injusto, um líder agregador, um gestor desinteressado.  

Organizações que valorizam o comportamento ético nas relações de trabalho sempre se destacam por possuírem valores bem definidos que auxiliam na sustentabilidade relacional entre as equipes, suas lideranças e gerências refletindo diretamente no desenvolvimento do trabalho.


As pessoas podem parecer éticas, assim como parecer ter valores, porém parecer não é ser ou ter! Uma hora a sujeira vai sair de debaixo do tapete! O interesse pode suprimir o ético e o aspecto relacional ser afetado ou ser utilizado como uma defesa, uma estratégia que extrapola a administração da inteligência relacional para assumir um patamar de manipulação do outro como objeto. As pessoas nas relações de trabalho se tornam coisas, ou poderíamos dizer: são “coisificadas”.

As teorias das relações humanas no trabalho foram sucumbidas pela forte mão invisível do Mercado, porém, até hoje, mesmo em meio a posições contrárias, têm se apresentado como uma das saídas que integram as listas dos planos de ações de organizações em crise. Um grande quebra-cabeça se apresenta quando analisamos e confrontamos o ser social e o funcional e reconhecemos que ele é um só!


É neste momento que somos chamados a uma “introspecção funcional” em relação a nossa conduta e posições que assumimos nos ambientes de trabalho. A maneira como nos relacionamos e nos posicionamos com o outro implicada em responsabilidades, as quais  geram influencia positiva ou negativa no ambiente de trabalho e respectivamente no clima organizacional. Einstein disse uma vez que: A preocupação pelo homem e seu destino sempre deve ser o interesse primordial de todo esforço técnico. Nunca esqueça isso entre seus diagramas e equações. A princípio, o texto, pode parecer contraditório, tecnicista, mas me arrisco em dizer que Einstein coloca claramente o homem acima das coisas que ele mesmo pode criar dando sentido a elas e situando o homem em um status único!

Por Fabio Alexandre Dias