Quando falamos de trabalho a céu aberto, na
maioria das vezes, associamos ao calor oriundo de uma fonte natural (sol) e das
possíveis queimaduras de pele que uma exposição prolongada pode causar, a
desidratação, etc. Entretanto, estes não são os únicos riscos provenientes
desta forma de execução de atividades de trabalho. A queda da temperatura central do indivíduo
que é de 37ºC (faixa ideal ou temperatura normal), pode ocasionar uma série de
reações orgânicas que podem perturbar o organismo em sua homeostase, ou seja,
prejudicando a capacidade de manter um equilíbrio interno dinâmico e estável.
Embora o organismo humano possua uma grande
capacidade de adaptação, uma troca de calor exponencial entre o corpo e o meio
ambiente (área ou região fria) pode ocasionar a perda da temperatura interna
central do indivíduo, podendo causar danos à saúde em caso de exposições agudas
(intensas).
Outro fator preponderante é a umidade, que
pode potencializar a perda de temperatura interna central do indivíduo
principalmenteem cenários onde a sensação térmica intensifica-se pela
aceleração do vento incidente
sobre o trabalhador. Quando o mesmo encontra-seinserido neste cenário de
exposição sem a devida proteção, como uniformes e vestimentas adequadas, para a
manutenção da temperatura interna
central do indivíduo o risco do organismo passar por stress é
indubitavelmente intensificado.
A sudorese durante a execução das tarefas
pode prejudicar o trabalhador umidificando o uniforme e/ou vestimenta fornecida
pela empresa, nestes casos é importante a manutenção e o fornecimento em
quantidades que que possibilite a muda, sendo assim necessária a existência de
uma área protegida das intempéries para este fim. Em caso de vestimentas
impermeáveis uma área de secagem seria importante.
Apesar de não estarmos tratando de
ambientes condicionados, uma definição da ASHRAE (American Society of Heating,
Refrigeratingand Air-ConditioningEngineers) Standard Fundamental 55-92 define o
estado de conforto térmico como a condição mental que expressa satisfação com
relação ao ambiente térmico (LAMBERTS; XAVIER, 2002). É claro que retratamos outro
cenário de exposição, porém nossos esforços como profissionais da área de SST
devem ter como premissa a conscientização os empregadores em oferecerem aos
trabalhadores condições mínimas de conforto e segurança nas frentes de
trabalho.
Se pensarmos nesta definição como um norte
para as ações preventivas para a melhoria das condições de trabalho a céu
aberto nos depararemos com um grande desafio.
A exposição dos trabalhadores sofrerão
variações de acordo com as condições climáticas, ambientais e metrológicas das
regiões, assim como, características específicas das áreas de execução das
tarefas.
Na determinação dos tipos climáticos de
Köppen-Geiger (figura) são considerados a sazonalidade e os valores médios
anuais e mensais da temperatura do ar e da precipitação. No
Brasil a referencia para análise das regiões e classificações das zonas
climáticas é o Mapa de Clima do IBGE—Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, em : ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/clima.pdf .
Porém, a Classificação de Köppen-Geiger, amplia e sistematiza questões
importantes que poderão auxiliar no planejamento holístico de implantação de
frentes de trabalho em território nacional.
Todos sabem que nos períodos mais frios e
úmidos temos o aumento de doenças típicas como a gripe e pneumonia, ou seja, a
equipe de saúde e segurança das empresas deve pensar em campanhas de imunização
de seus funcionários e em ações que fomentem um maior acompanhamento dos
trabalhadores nas mais variadas frentes de trabalho.
Estas
ações, assim como o investimentos em proteção individual, infraestrutura,
campanhas informativas, etc. , impactam diretamente na redução dos custos
ligados ao absenteísmo e consequentemente no andamento e cumprimento das metas
ligadas a produção.
Algumas ações básicas que podemos recomendar:
1. Hidratação
constante;
2. Alimentação
balanceada - parceria entre médicos e nutricionistas;
3. Uso
de produtos de higiene descartáveis (lenços);
4. Na
ocasião de pausas e permanência em ambientes fechados para refeições, permitir a
circulação e renovação de ar;
5. Priorizar
a higienização constante em ambientes comuns, como por exemplo, sanitários;
6. Acompanharde
maneira próxima as frentes de trabalho;
7. Garantir
a assistência à saúde e ao atendimento a emergências.
Não
se engane! Trabalhador com frio fica desatento, sua mobilidade fica restrita
devido a dormência nos membros, o raciocínio lógico fica prejudicado em alguns
casos, etc. Apenas pelos fatores acima citados percebemos a potencialização dos
riscos de acidentes.
Por.: Fabio Alexandre
Dias
Parabéns! Matéria fantástica! Seu Blog tem um conteúdo muito rico.
ResponderExcluirObrigado Valéria!
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