As mulheres a
cada dia assumem novos postos de trabalho que tradicionalmente eram ocupados
por homens nos mais variados ramos de atividades. A atenção das mulheres em
acompanharem detalhes e a capacidade de conseguirem reter a concentração nas
tarefas a elas delegadas fazem delas verdadeiras “pérolas“ estratégicas nas
linhas de produção. Porém a atuação e o papel das mulheres em frentes de
trabalho não é recente, tomemos como exemplo o trabalho feminino nas fábricas
de tecido ao final do século XIX e início do século XX.
A grande diferença
entre a participação das mulheres era que no passado as empresas eram em sua
grande maioria gerenciadas por homens e as mulheres eram contratadas e muitas
vezes submetidas a condições precárias de trabalho e, em alguns casos, tratadas
como a “mulher submissa e obediente” de dentro de casa, ou seja, sem direitos a
participar ativamente das decisões que envolviam sua própria vida na maioria
das vezes. Atualmente o papel da mulher
é totalmente diferente, embora ainda nos deparemos com situações semelhantes as
do passado, atualmente a mulher se estabelece em posições gerenciais e também
na linhas de produção. Embora as mulheres tenham buscado e encontrado seu
espaço, existe algo que elas sempre irão preservar: sua maternidade e a
capacidade de gerar outra vida. Sem dúvida alguma uma virtude e uma grande
alegria para muitas mulheres. A grande questão é: Existe riscos em processos de
produção que podem gerar implicações ao feto durante a gravidez? A resposta é:
Sim existem! Cito os teratógenos, que são agentes exógenos que podem causar
defeitos congênitos, como por exemplo, substâncias químicas (PCBs, metil
mercúrio, álcoois, etc.), exposição a radiações ionizantes, etc.
O grande problema
é que as possíveis desordens genéticas são mais comuns na fase embrionária
porque o embrião fica vulnerável por possuir mecanismos limitados de
destoxificação. Nos casos em que a gravidez não é programada o acompanhamento e
casual nas primeiras semanas, ou seja, importantes para o feto e sua maturação.
Outros fatores são importantes e devem ser levados em consideração: Processos
infecciosos, desordens biológicas maternas, radiações terapêuticas e a
administração de fármacos durante a gestação, sendo assim, percebe-se a necessidade da
implantação de campanhas educativas nas empresas sob a temática proposta.
Infelizmente, muitas mulheres sentem-se inseguras em informar que se encontram
gestantes, temerosas com as reações de seus empregadores, principalmente quando
o trabalho é prestado de maneira informal, porque atualmente muitas
compartilham com seus cônjuges a manutenção da renda familiar.
A área de
Segurança do Trabalho, Saúde e Qualidade de Vida e Recursos Humanos nunca foram
tão importantes para este no modelo social e de trabalho. Pois a ação para
preservação da saúde da trabalhadora e de seu feto, durante o processo
gestacional, depende de um trabalho amplo e em equipe para a propiciação de um
ambiente digno e salubre de trabalho para estas vidas que dependem de nossa
conscientização em primeiro lugar, capacitação para a identificação dos
cenários de exposição que se apresentam e de nosso cuidado, pois o maior
patrimônio das empresas e das grandes organizações são as pessoas que as
constituem.
Aos Técnicos em Segurança do
Trabalho, cabe primeiramente a colaboração na identificação e análise de riscos
dentro de equipes multidisciplinares com o objetivo da realocação, quando
necessária, das gestantes que se encontram em tais condições. O período de lactância,
após o nascimento do bebê deve ser levado em consideração, pois algumas
substâncias podem ser excretadas pela glândula mamária e trazerem graves
prejuízos à criança, principalmente nos três primeiros meses de vida, onde seu sistema imunológico não está completamente formado.
No ano de 2004, foi estabelecido no Brasil
o Pacto Nacional pela Redução da
Mortalidade Materna e Neonatal envolvendo o Ministério da Saúde em suas
Secretarias de Atenção a Saúde e Vigilância em Saúde, Governo Federal e Comitês
de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal, etc.
Esta
temática faz parte das Metas do Desenvolvimento do Milênio em compromisso
assumido pelos países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU), do
qual o Brasil faz parte. Todos nós somos responsáveis, nós somos o Brasil! Se pudéssemos resumir em uma palavra a nossa
atuação como profissionais de segurança e saúde no trabalho, ela seria
prevenção, creio ser o cerne de nossa atuação e devemos extrapolar nossas simples
rotinas agindo com dedicação extrema para a valorização da vida.
Por: Fabio Alexandre Dias
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